. . . PARA LER ISTO!

sábado, 14 de novembro de 2009

"O Comunicado"

“Na voz de… “ - INÍCIO


“Imagina que tens uns sapatos que te provocam dor nos pés. Tens duas soluções:
Mudar de sapatos porque não gostas de sentir dor.
Não mudar de sapatos porque ninguém te dá certeza de como te vais sentir com os novos.”

Olá a todos/as,

Este não é um “comunicado” formal!

Antes de mais, deixem-me dizer-vos que estou verdadeiramente orgulhosa por estarem a ler este email e também muito feliz por todos vós estarem (re)unidos/as na mesma causa.

A verdade é que não se conhecem uns/umas aos/às outros/as e eu, admito, também não conhecer todos/as. Apesar disso, uma coisa é certa: todos/as sabemos o motivo pelo qual eu estou a escrever e vocês estão a ler.

Gostaria, então, de fazer uma breve introdução e explicação acerca deste “projecto”.

Esta ideia nasceu na tarde do dia 14 de Outubro de 2009, em Coimbra, após ter saído de uma aula. Nessa tarde, criei um texto que teve como base a crítica à mentalidade social.

Escrevi, apaguei, rasguei e, por fim, terminei. Tinha um projecto em mente: afixar aquele texto de Norte a Sul – um pouco por todo o lado! Entrei em contacto com algumas pessoas que tornaram tudo isto possível e após algumas alterações o nosso texto estava acabado e o nosso projecto pronto a ser divulgado.

Perguntaram-me, vezes sem conta, qual era o verdadeiro objectivo de tudo isto e eu, assustada, respondi sempre “Quero que as pessoas pensem!”. Deixem-me dizer-vos que vou continuar a responder o mesmo.

Desejo bastante que, por um único minuto, todos pensem sobre a sua dor de pés.
É esse o meu objectivo pois todos temos uma dor, apesar de diferente (ou muitas vezes, igual).
Não me quero prolongar muito mais sendo que, para terminar, apenas deixo algumas informações:

1ª Este foi o email que criamos (existes.logo.pensas@gmail.com) para enviar, também na Sexta-Feira 13 de Novembro, o mesmo texto via internet. É importante dizer que este e-mail não está identificado com nenhum dos nossos nomes e para além de ser um meio de divulgação deste texto e dos futuros, será também um meio de comunicação entre todos nós. Poderemos, por aqui, ver qual foi o impacto deste “projecto” pois – espero – alguém deverá responder-nos e – quem sabe – juntar-se a nós.

2ª Criamos, para além do e-mail, um blog no qual estarão disponíveis os textos a ser divulgados assim como qualquer tipo de contributo que todos nós queiramos Dar. (http://existeslogopensa.blogspot.com). O blog será inaugurado também dia 13 de Novembro.

3ª Pelo facto da lista de pessoas ter aumentado, tornou-se impossível enviar cópias dos textos por correio para todas as cidades. Por conseguinte, cada um de vós – se possível – fica responsável pela impressão das cópias que afixará. O número de cópias a afixar fica ao vosso critério, sendo que quantas mais, melhor. Se não houver a possibilidade das cópias serem impressas por cada um, é favor comunicar para arranjarmos uma solução.

4ª As cópias do texto serão afixadas no dia 13 de Novembro de 2009, (Sexta-Feira), à noite. Ficando o horário também ao vosso critério, sugerimos que actuem preferencialmente à noite. É proibido afixar. Seja o que for! Mas todos vemos a quantidade de publicidade a que somos sujeitos, em cafés, em postes de luz, em árvores...De qualquer maneira, não queremos que nada corra mal. Evitem colar naqueles sítios “mesmo-mesmo” proibidos (portas de estabelecimentos públicos/casas, carros, autocarros e tudo aquilo que o nosso bom-senso consiga abranger, como carros da polícia).

5ª Alguns pontos de referência para colar a folha: paragens de autocarro/estações de comboios; lugares onde já se encontrem várias folhas (como postes de electricidade, árvores); locais perto de cafés movimentados; Câmaras Municipais; Bibliotecas; Faculdades; filas para as cantinas, etc. Enfim, lugares onde possivelmente alguém pare para ler.

6ª As folhas deverão ser coladas com cola de papel pois é a mais resistente. Tanto à chuva como às pessoas que as queiram arrancar. Essa cola poderá ser comprada em qualquer drogaria ou em grandes superfícies comerciais. Tem um preço acessível. Repito, quem não tiver disponibilidade de comprar a cola faça o favor de dizer. Estamos todos dispostos a ajudar-nos uns aos outros.

7ª Este projecto apenas começou, por isso, todos os contributos que queiram Dar serão importantes para a sua continuidade. Todos temos voz e todos queremos falar. Não me refiro somente à escrita de textos pois já surgiram várias ideias: criação de uma mini peça de teatro em Lisboa, numa zona movimentada; criação de uma música, criação de uma curta ou longa-metragem, etc… Divirtam-se a pensar em algo novo!

8ª Tentem divulgar esta ideia pelas pessoas da vossa confiança com a finalidade de sermos cada vez mais neste “projecto” e ganharmos peso noutras cidades onde ainda não temos possibilidade de chegar. Enviem-me depois, o email das pessoas que queiram começar a ajudar.

9ª As zonas onde a nossa folha irá aparecer são: AVEIRO; BRAGA / VIANA DO CASTELO; COIMBRA; ÉVORA; FARO; FÁTIMA / OUREM / LEIRIA; LISBOA; PORTIMÃO; PORTO; RIO MAIOR. Possivelmente estará presente noutras cidades também, mas ainda não é nada confirmado.

10ª Possivelmente, quando forem imprimir o texto do documento do Word irá aparecer uma mensagem a dizer que o texto ultrapassa as margens da folha. Ignorem isso! (A menos que, realmente, ultrapasse!)

Em anexo está disponível o texto que será igual para todas as cidades.
Deixo convosco um grande “Boa Sorte!” e um, ainda maior, “Muito obrigada!”

E já agora, em jeito de curiosidade, seremos 33 pessoas a colar a folha no mesmo dia, a nível nacional… e não, não foi propositado!

Com os melhores cumprimentos,
(=

P.S. – Quando expus a analogia da dor de pés, muitas pessoas me disseram que não mudavam de sapatos porque tinham medo de arriscar e preferiam sentir a dor que já tinham. Vale a pena dar 10 minutos do nosso dia a quem tem essa opinião e estarmos disponíveis para uma produtiva conversa.


“Na voz de…” - FIM

Não é uma conspiração, não é um golpe de Estado. Não passa, no fundo, de uma acção, baseada numa perspectiva, numa crença, num desconforto. Não é, certamente, sem causa, que nos empenhamos em pôr as pessoas a falar. Porque é, cada vez mais, importante que se pense, que se fale e que se questionem certas verdades. Aliás, certos dogmas. É a existência destes dogmas, destas algemas invisíveis, que tornam imperativa a acção, enquanto ao mesmo tempo, a tornam cada vez mais difícil. Aparentemente.

No fundo, se estamos insatisfeitos (cada um por motivos diferentes, de facto) porque motivo ficamos parados, à espera, indefinidamente, que tais problemas sejam resolvidos, sem agir, positivamente, para esse fim?

Preguiça. Descrença. Uma pitada de corrupção.

É principalmente a descrença a responsável pela nossa passividade. É por nascermos no meio de um Sistema tão grande com os valores, às vezes, com tão grandes falhas e desigualdades, que, ao discordarmos de certas políticas, sentimos que não pertencemos, não compreendemos ou que não somos aptos para fazer parte da civilização nesta Sociedade.

Não comecemos por falar sobre problemas ambientais, ou económicos, ou de qualquer assunto relacionado com as acções dos Governos, aqui e ali, e um pouco por toda a parte. Falemos das nossas acções, no dia-a-dia, e do alcance que têm. Na atitude que demonstram. Falemos nos nossos hábitos, e da nossa mentalidade. Mas comuniquemos. Expressemos a nossa individualidade, através da nossa opinião, ou através da Música, ou do Teatro, ou seja do que for. Que não haja o mínimo receio de exclusão, ou do preconceito. Evoluamos. Procuremos procurar alternativas!

A Humanidade em cada um de nós é diariamente confrontada, reprimida. Numa fila, num autocarro, num hospital, no meio da rua. Deseducados, criamos preconceitos contra uns e contra outros, por não conseguirmos compreender a beleza da diversidade, num planeta que estamos a destruir.

E parece normal. Estamos tão habituados a ver imagens de caos, peste e guerra, de ouvir relatos de atentados terroristas, de ver relacionadas imagens de fabricas a fumegar, e de outras fábricas a imprimir a nota, que quando se pára para pensar sobre qual é o nosso papel no meio desta Máquina, ou desta tendência, tiramos a mais óbvia conclusão de que tudo isto nos transcende.

Já mal tiramos o tempo para apreciar uma noite de lua cheia, ou o encher da maré, ou os passitos da criança a experimentar o Mundo, de tão consumidos pela nossa pressa, para pagar os impostos, determinados a fazer o Sistema funcionar. “Perpetuar-se”, seria a palavra mais indicada, mas com o rumo que tal (Des)Humanidade leva, talvez em breve deixe de ser possível fazê-lo, de todo. Pertencemos, invariavelmente a um modo de socialização em que o mais importante não é colaborar. É competir. É ter mais, quando podíamos todos ter tudo o que de bom este planeta oferece. E conseguem conceber o porquê?

Somos controlados, através da economia, quando temos de “esticar a corda”, para chegar ao fim do mês. São os preços do combustível, e a inflação no geral. São as políticas de segurança, e de educação. São os níveis de desemprego, e as pandemias. E há que estar protegido! É a publicidade. É a nossa inactividade, a nossa incapacidade de chegar ao fundo das questões, e à Verdade. Parece um pesadelo, ao fim ao cabo. E não é justo, por todas as crianças que cá surgem e podiam experimentar o Mundo em circunstâncias diferentes. Mas continuamos a deixar que nos deixem levar… Como ovelhas.

Felizmente, somos cada vez mais, os que querem acordar deste pesadelo em que nos mantêm. Porque essas algemas estão a apertar. Felizmente, somos cada vez mais os que estão, através desta iniciativa e de outras, a contribuir para a mudança daquela mentalidade tacanha de quem encolhe os ombros e diz: “É a Vida.”. Felizmente, somos cada vez mais, os que falam, e agem, livres de preconceitos, hoje e amanhã, e enquanto houver Esperança!

Felizmente, a Mudança já está a acontecer. Espalhar-se-á como e com o bom senso, no fundo. E todos os que estão, neste momento, a ler isto, fazem parte dessa mudança. Dessa confiança no Bem e na Justiça. Em valores como a Paz e a Harmonia. Bem-haja, e um forte abraço. Coragem!

Sem comentários:

Enviar um comentário